Local: Brasília, 17 e 18 de maio de 2012
Participantes: Bianca Leandro, João Roberto
Cavalcante e Quelli Korff
Relatoria
Dia 17:
Primeiro dia
O
Seminário iniciou com uma mística religiosa pedindo para todos darem as mãos e
fecharem os olhos e sentirem as pessoas em volta, achamos que aquilo foi para
todos se sentirem em comunhão no local, visto que estávamos ali com o mesmo
propósito, as pessoas que se sentiram a vontade foram na frente e falaram os
motivos que os trouxeram ali. Tivemos a impressão de que o seminário seria algo
bem religioso e para enaltecer as ações da igreja católica como uma grande
religião, mas estávamos enganados, foi um momento muito rico e bastante
político.
A mesa de
abertura contou com pronunciamentos da CNBB (Bispo Leonardo) que falou da
participação da igreja nas temáticas sociais da população, como é o caso da
Campanha da Fraternidade, e pronunciamento da CAFOD (Catholic Overseas
Development Agency) que é uma agência de católicos da Inglaterra e apresentação
de todos os participantes, falando nomes e entidades. Nesse primeiro momento
gostamos de ver que muitos participantes tinham alguma ligação com temas da
saúde e que não tinha só pessoas da igreja, mas também associações de luta as
opressões como Grito Continental, que se mostrou muito presente e ativo durante
o seminário, professores da área da saúde como o Jairnilson Paim e vários
outros.
Ressaltamos
que o objetivo do Seminário foi discutir sobre temáticas relacionadas à saúde
pública e elencadas previamente e assim, construir cartas políticas para serem
entregues às principais representações políticas (presidência, ministro da
saúde e senado). As temáticas abordadas no Seminário foram:
- Acesso à
saúde e integração na prestação de serviços em saúde;
-
Financiamento Público em Saúde;
- Gestão
dos Recursos em Saúde;
- Caráter
Público e Caráter Privado da Saúde;
- Educação
em saúde;
- Controle
Social e Participação Popular em Saúde;
No Seminário, conversamos com o Bispo Leonardo para tentar conseguir
apoio da CNBB para o reconhecimento da importância do curso de graduação em
Saúde Coletiva no Conselho Nacional de Saúde; ele apoiou nossas ideias e nos
encaminhou para os representantes da CNBB no CNS.
Mesa I: Acesso à saúde e a prestação de serviços em saúde
Os palestrantes dessa primeira mesa foram: Luciana
Mendes (IPEA) e o Jairnilson Paim (ISC/UFBA). Ela fez um apanhado
sobre o Sistema Único de Saúde e falou dos seus desafios atuais, principalmente
no que se refere à disponibilidade de equipamentos em saúde pelo Brasil. O Paim
falou da questão do acesso e disse que os cidadãos precisam ampliar sua
consciência sanitária. Falou das redes regionalizadas (Renass) e da questão das
linhas de cuidado. Sobre o acesso à saúde ele disse que hoje vemos um apartheid
da relação Público X Privado, reforçando a necessidade de fazermos um SUS
melhor para todos, mas que isso não depende só da população, pois o panorama
que vemos hoje é um Sub-financiamento do SUS e uma Sub-regulação do sistema de
saúde privado.
Quando o espaço foi aberto para perguntas, perguntamos o motivo do SUS
estar sofrendo essa privatização atual, com as Organizações Sociais (OS’s) e
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), questionamos como um
sistema de saúde que é universal e para todos pode ser privatizado, e hoje em
dia até mais privatizado que o Inamps era na década de 80. O Paim respondeu
dizendo que o Brasil sempre gostou de privatizar todos os tipos de serviços e
que isso não vem de hoje, que na história do Brasil sempre vimos que tudo, aos
poucos, era privatizado e que isso não deveria acontecer no SUS, que a
sociedade deve lutar contra isso.
Mesa II: Financiamento Público em Saúde
Estavam presentes nessa mesa, Gilson Carvalho e José Noronha. Foi
feito um apanhado geral da questão do financiamento público para o SUS,
mostrando que o gasto privado em saúde é maior que o gasto público. Debateram a
questão do financiamento da União que não vem aumentando nos últimos anos de
forma significativa, nessa lógica, municípios e estados arcam com as maiores
despesas. Durante o debate foi ressaltado o quanto é importante se ter claro
que o SUS é de todos e para todos e que devemos colocar na carta política que
apoiamos os 10% da Receita Bruta da União para a Saúde Pública (Saúde mais 10)
--> Inclusive acreditamos que devemos trazer para dentro do CASCo o debate
sobre a Saúde mais 10: http://www.saudemaisdez.org.br/
Mesa III: Gestão dos Recursos em Saúde
Essa mesa contou com a participação do Roberto Nogueira e da
Manoela Carvalho. As temáticas abordadas na mesa foram: a gestão dos recursos
humanos para o SUS e formas de gestão do sistema de saúde (principalmente a
questão das O.S.). Após a apresentação, sobrou pouco tempo para o debate e
por isso nem todos puderam falar.
Dia 18: Segundo dia
Mesa IV:
Caráter Público e Privado da Saúde
Essa mesa contou com a participação de Lígia Bahia e José
Moroni. O primeiro a falar foi José Moroni que fez uma fala geral sobre como as
relações de privatização do público vem se expandindo. A Lígia Bahia, em sua
fala, aprofundou relação PúblicoXPrivado na sociedade atual, e discutiu
bastante a relação dos planos de saúde.
Mesa V: Educação para a Saúde e
hábitos saudáveis de vida
Nessa mesa
tivemos a participação de Florentino Júnio e André Luiz Oliveira. Florentino
abordou a questão da formação em saúde e o André complementou refletindo um
pouco sobre as potencialidades e dificuldades de se internalizar hábitos
saudáveis de vida na sociedade.
Nesse
segundo dia também entramos em contato com o coordenador do Observatório da
Saúde da CNBB e começamos a dialogar com ele a possibilidade do CASCo
participar da discussão e confecções de alguns materiais voltados com a
formação e educação em saúde.
Síntese
Final
Ao final
do encontro o grupo construiu pontos importantes para que se transformassem em
ações políticas a serem encaminhadas às autoridades políticas. Em suma,
acreditamos que o debate foi bastante rico e politizado, contando com a
participação de diversos atores e levantando a importância do movimento social
forte que consiga dialogar e construir juntos questões que são bandeiras de
luta comuns.
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