sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Todo momento, tem seu tempo: A importância da 14ª Conferência Nacional de Saúde no Brasil de Hoje

Achamos importante postar, no blog do CASCO, esse texto escrito por um graduando em saúde coletiva de Brasília e publicado no Blog Saúde com Dilma.

Segue abaixo o texto na íntegra:

A Oitava Conferência Nacional de Saúde é um marco na história recente do Brasil, na qual se transformou em um grande espaço no processo de redemocratização do país e na construção da nova sociedade brasileira, fica na história, não somente para o setor saúde, mas para o nosso País.
É inegável que alguns espaços se eternizam por sua importância, mas devemos ter muito cuidado com a comparação, pois lembro que ao iniciar meus estudos sobre o controle social no SUS, me preocupava com o saudosismo excessivo que alguns pensadores e defensores do Sistema tem em relação a oitava conferência.
Acredito que cada momento tem a sua importância e sua execução está atrelada a conjuntura colocada para sua realização. Por isso, comparar a oitava, a décima terceira, a décima quarta ou qualquer uma conferência a outra, é algo perigoso e que ignora o novo país que nasce a cada dia e as profundas mudanças da sociedade brasileira.
Todo momento tem seu tempo e é com base nisso que escrevo sobre a 14ª Conferência Nacional de Saúde. Uma conferência que cumpriu com o seu papel dentro do nosso atual sistema e promoveu um amplo debate e mobilização em defesa dos avanços necessários para o SUS e para a nossa sociedade.
O inicio da nossa conferência não poderia ter sido melhor: um grande ato em defesa do SUS. Mostrou para Brasília que ali se iniciava não só um espaço institucional de controle social, mas uma grande mobilização com participação social em um movimento amplo em defesa do Sistema Único de Saúde.
Que o modelo atual de controle social, as conferências e os conselhos estão esgotados todos devemos saber, mas a décima quarta inovou em propor uma metodologia que aumentou a participação e a democracia em um espaço de amplo debate político e com forte mobilização em torno da saúde do nosso país.
A vitória dessa intensa participação social é representada através da Carta de Brasília, um documento político que me faz refletir sobre a importância do exercício de uma democracia que vá para além de votos e da maioria. A existência de pontos que para alguns foram “derrotados” na conferência, nos mostra como uma pauta central (a defesa do SUS) deve ser vista como eixo principal na disputa de hegemonia que devemos fazer e a importância em agregar todos os atores que defendem o SUS.
A Conferência Nacional de Saúde nos da um novo recado, que vivemos um outro momento, um momento onde novos atores aparecem em defesa da consolidação do SUS, não esquecendo de atrelar a defesa do SUS a um novo modelo de Estado.
É com base na defesa da saúde como instrumento fundamental para a emancipação da sociedade que fico feliz em participarmos de um espaço conduzido de forma madura e com a intensa participação de todos os segmentos da sociedade.
E como cada momento tem o seu tempo e em cada tempo vemos uma importância, a 14ª CNS transmite a sociedade que a defesa do SUS está viva pelos 5 cantos deste país, que novos atores estão envolvidos na defesa deste projeto e que a defesa do SUS deve ser descolada das lutas corporativistas, mas que nossa luta contra o conservadorismo deve ser forte e evidente.
por Florentino Junio, estudante de graduação em Saúde Coletiva da UNB e membro da Coordenação nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva.


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