Discurso do CASCO UFRJ ao primeiro encontro nacional de Saúde Coletiva, 20 de abril de 2011 / Rio de Janeiro

Discurso do CASCO UFRJ ao primeiro encontro nacional de Saúde Coletiva, 20 de abril de 2011 / Rio de Janeiro

Inicialmente gostaríamos de agradecer todos aqueles que contribuíram para que pudéssemos realizar nosso primeiro encontro nacional de saúde Coletiva na UFRJ, na histórica Praia Vermelha. Obrigado.
A nossa futura profissão criada inicialmente para combater e investigar a origem ou causa das enfermidades, hoje promove a saúde. Entendendo esta como bem estar físico, mental e social. Entretanto estamos aqui para desvendarmos este complexo e dialético campo da Saúde Coletiva.
Os desafios já estão colocados. Entender a origem dos problemas de saúde, compreender a criação do SUS e construir o caminho do profissional em Saúde Coletiva é absolutamente necessário. Pois, todo o sistema de saúde do país entende que o indivíduo tem que ser visto como um todo.
Os futuros sanitaristas terão a capacidade de diagnosticar promover a saúde nos diferentes contextos. Entender e interagir com qualquer população, sem desrespeitar sua cultura e conseguir melhorar sua qualidade de vida é uma de nossas atribuições. Esta nossa profissão de múltiplos saberes e interação, um País que preza por sua saúde como direito de todos. Um País tão plural quanto extenso, tão religioso quanto criativo. Respeitar as diferenças sendo concreto e objetivo é o nosso primeiro desafio.
Contudo, para estes que mesmo sem entender bem o mercado de atuação já se apaixonaram pela profissão, cada pedra é mais um certeza do que queremos construir.
Nosso reconhecimento profissional não será fácil, apesar de quase todos os cursos serem de universidades federais. O processo de terceirização da saúde e a falência das categorias profissionais nos colocam num patamar de união e alianças com todos os profissionais da saúde. A figura do sanitarista não é para beneficio próprio. O sanitarista discute a saúde com a população e interage com todas as diversas profissões e principalmente com os profissionais de saúde. Este ano com a Conferencia Nacional de Saúde esperamos participar quanto entidade nacional e dizer para que viemos, pois é na organização democrática e popular onde poderemos potencializar nossa atuação, debatendo com a população os seus problemas.
A atual conjuntura nacional apresenta um aumento na criação de cursos universitários. Muitos com as mesmas dificuldades que o nosso. O país se desenvolve, e a graduação não só faz parte disso como desenvolverá as novas tecnologias, pesquisas e estudos na área de saúde.
No entanto, cabe ao nosso movimento estudantil nacional definir esses desafios. Aos poucos começamos a entender nossa dimensão nacional e a compreender a importância do sanitarista para as diversas regiões e para todo pais. Cada região apresenta as suas peculiaridades. Do frio dos Pampas a secura do planalto. Da leishmania paraenses aos Aedes baianos e cariocas. Ser sanitarista precede estar inserido no contexto das ações, nos movimentos, nos debates, aglutinando processos do desenvolvimento humano. Por isso acreditamos que nosso movimento tem que estar sempre vivo em cada curso em cada centro acadêmico. Temos um movimento dinâmico, que o alimentamos com coragem, ousadia e questionamentos.
Nós do Centro Acadêmico de Saúde Coletiva da UFRJ, chegamos a este encontro abertos para convencer e sermos convencidos dos melhores rumos para nossa profissão. É um momento histórico que sentimos orgulho de participar e sediar.
Esperamos que esse primeiro encontro coletivo nos faça ter mais certezas do que é ser sanitarista. Não apenas com o auxilio do nosso conteúdo acadêmico, mas com a nossa experiência de vida e da cultura de nossas regiões. Para além do que seja ser sanitaristas que caminhemos para saber o que queremos que ele seja, quer dizer que nós sejamos.
A vida, como diria Vinicius de Moraes, é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida. Aqui, o encontro é aquele que agrega idéias e valores e o desencontro é aquele que muda sua opinião para agregar outras. Que venha o I ENESC! Vamos viver este primeiro e grande encontro!